domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tomboy - Céline Sciamma

Na onda de filmes que não gostamos muito, mas também não são o fim do universo. A crítica em geral foi muito boa, teve destaque em diversos festivais, porém Tomboy não foi de encontro ao meu agrado, não.


O filme conta a história de uma garota, Laure, que se muda com os pais, mais uma vez, para uma casa nova. Não fica exatamente claro no filme, deixando espaço para interpretação individual, se ela resolve se fingir como menino para os colegas do novo condomínio ou se simplesmente se sente melhor assim, sendo encarada como menino. Vou trabalhar com a segunda possibilidade. Ela então se apresenta e passa a ser conhecida como ele, Michael.


Michael desce, vai brincar com os colegas com naturalidade sendo encarado como menino e se percebe a satisfação dele por se encarado dessa maneira. Apesar de ter onze anos, tem um corpo pouco desenvolvido e muito magro, passando pelo sexo masculino até sem camisa. Em diversas situações ele tem que se virar, quando eles vão fazer xixi e ele tem que ir pro mato para se esconder e acaba fazendo em si mesmo e vira piada, ou quando eles vão nadar e ele não tem nenhuma sunga, tendo que usar uma massinha para disfarçar que possui uma vagina.


A irmã menor de Laure (como é conhecida em casa) rouba as cenas que acontecem em família. A menina solta diversas piadas em que você se desmancha ! Dá vontade de levar ela pra casa! Um dia ela descobra que Laure é conhecida como Michael pelos outros meninos do condomínio e chantageia a irmã para ir com ela em troca de não conta à mãe sobre Michael.


Um dia eles saem para brincar e um menino empurra a irmã de Michael e ele parte para cima do menino. Mais tarde a mãe do menino bate à porta e a mãe de Laure atende. A outra explica a briga que houve entre o filho dele e Michael e a mãe dona da casa responde que não possui nenhum filho, mas o menino reconhece Laure como Michael. Assim a mãe descobre que a filha é conhecida como menino pelos colegas de condomínio. Ela então faz Laure se retratar com todos os amigos do condomínio, inclusive com Lisa, uma menina que tinha dado um beijo. O filme termina com Lisa perguntando o verdadeiro nome de Laure. É aí que eu descordo com toda a construção do filme.


A discussão acerca do gênero, como ele é demonstrado e caracterizado na infância não é feito. Não há uma discussão sobre o assunto que é necessária quando se aborda um tema sério como esse. Fica tudo no ar demais pra mim, soa até mesmo como irresponsabilidade falta de cuidado. Talvez gostaria mais de Tomboy de não tivesse visto Minha Vida em Cor de Rosa, um filme que vai bem mais a fundo acerca do assunto e que pretendo escrever sobre daqui a algum tempo, mas já fica a indicação.

Um comentário:

Marina disse...

é bom até o final, rs, mas a pirralhinha salva o filme *-*